As páginas do jornal, dos portais e das revistas estão recheadas de tragédias que mais parecem histórias de puro terror. Atualmente, a desgraça que nos cerca é a queda do A-330 da AirBus que caiu próximo a ilha de Fernando de Noronha. Uma viagem que tinha como destino a cidade luz e que acabou mais próximo do fundo do mar. Até então tinha-se mil dúvidas se o que foi achado era do AF-447: uma poltrona, pequenos objetos brancos. Mas algo cômico me vem à cabeça. Será que não encontraram nenhum souvenier brasileiro boiando próximo a Fernando de Noronha, já que alguns franceses sortudos – talvez nem tanto – ganharam passagens para o Brasil por bom empenho no trabalho e estavam retornando a Paris naquele avião? Poderiam eles estar carregando um berimbau, ou pequenos guarda-chuvas de frevo, ou ainda bombachas?
Receio eu que se alguns deles tiveram essas idéias de presentes para parentes, posso imaginar a dificuldade que passaram para acomodar as “lembrancinhas” no bagageiro superior aos bancos. Lembro-me de algo semelhante que aconteceu comigo.
Há um ano e meio atrás, tive a oportunidade e a grana suficiente para me aventurar, junto de uns amigos, em uma jornada ao México. Ficamos um mês inteiro aproveitando o calor, as ruínas, a comida, as ruínas e a gentileza mexicana. Tínhamos a nossa disposição uma fazenda considerada patrimônio do país, um carro e todo o tempo de um mês. Conheci muitos lugares maravilhosos: Cuernavaca, Puebla, Cuautla. Passei por muitos momentos “Indiana Jones” nas ruínas extremamente preservadas de Tepalcingo, Chalcatzingo e Xochicalco.
E como todo bom turista, alimentamos a economia do país comprando um ano de lembrancinhas, durante um mês de viagem, pra caber em duas malas de 32 kg. Um desafio muito difícil que foi resolvido com muitos idas a balança e pulinhos para auxiliar o zíper, que não queria trabalhar alegando estar também de férias. As malas, gracias a Dios, foram fechadas, porém, por uma desventura do acaso algo foi esquecido. Sabe que, para algumas pessoas, é complicado negar alguns pedidos. Foi isso que aconteceu comigo quando meu namorado pediu um sombrero de presente. Bom, o bendito sombrero ficou pra fora da mala e teve que viajar na minha cabeça.
Chegando ao aeroporto, fizemos o check-in, fomos para área de embarque e finamente, entramos no avião. O sombrero tinha evoluído de encosto somente meu para incômodo para os dois assentos que me cercavam. Daí em diante, a mente criativa dos passageiros começou a aflorar.
- Põe no bagageiro, dizia a aeromoça em inglês.
- Melhor você colocar debaixo do banco, dizia uma mãe americana segurando uma criança de colo.
- Porque não colocou na mala?, questionava o vovô que aparentava enjoado.
Meu vôo seguia para Nova Iorque, eram aproximadamente seis horas, e mais de um terço dele foi dedicada às alternativas, cedidas gentilmente, para me ajudar com o sombrero, mesmo eu insistindo – em duas línguas – de que o presente do meu namorado não estava me incomodando. Até que uma luz mexicana apareceu. Uma senhora que devia estar irritada com tanta “falação” resolveu dar sua opinião.
- Turista compra isso e nem sabe pra o que serve. Aí acaba como enfeite de parede. Joga isso pela janela que um dia alguém encontra boiando por aí.
Receio eu que se alguns deles tiveram essas idéias de presentes para parentes, posso imaginar a dificuldade que passaram para acomodar as “lembrancinhas” no bagageiro superior aos bancos. Lembro-me de algo semelhante que aconteceu comigo.
Há um ano e meio atrás, tive a oportunidade e a grana suficiente para me aventurar, junto de uns amigos, em uma jornada ao México. Ficamos um mês inteiro aproveitando o calor, as ruínas, a comida, as ruínas e a gentileza mexicana. Tínhamos a nossa disposição uma fazenda considerada patrimônio do país, um carro e todo o tempo de um mês. Conheci muitos lugares maravilhosos: Cuernavaca, Puebla, Cuautla. Passei por muitos momentos “Indiana Jones” nas ruínas extremamente preservadas de Tepalcingo, Chalcatzingo e Xochicalco.
E como todo bom turista, alimentamos a economia do país comprando um ano de lembrancinhas, durante um mês de viagem, pra caber em duas malas de 32 kg. Um desafio muito difícil que foi resolvido com muitos idas a balança e pulinhos para auxiliar o zíper, que não queria trabalhar alegando estar também de férias. As malas, gracias a Dios, foram fechadas, porém, por uma desventura do acaso algo foi esquecido. Sabe que, para algumas pessoas, é complicado negar alguns pedidos. Foi isso que aconteceu comigo quando meu namorado pediu um sombrero de presente. Bom, o bendito sombrero ficou pra fora da mala e teve que viajar na minha cabeça.
Chegando ao aeroporto, fizemos o check-in, fomos para área de embarque e finamente, entramos no avião. O sombrero tinha evoluído de encosto somente meu para incômodo para os dois assentos que me cercavam. Daí em diante, a mente criativa dos passageiros começou a aflorar.
- Põe no bagageiro, dizia a aeromoça em inglês.
- Melhor você colocar debaixo do banco, dizia uma mãe americana segurando uma criança de colo.
- Porque não colocou na mala?, questionava o vovô que aparentava enjoado.
Meu vôo seguia para Nova Iorque, eram aproximadamente seis horas, e mais de um terço dele foi dedicada às alternativas, cedidas gentilmente, para me ajudar com o sombrero, mesmo eu insistindo – em duas línguas – de que o presente do meu namorado não estava me incomodando. Até que uma luz mexicana apareceu. Uma senhora que devia estar irritada com tanta “falação” resolveu dar sua opinião.
- Turista compra isso e nem sabe pra o que serve. Aí acaba como enfeite de parede. Joga isso pela janela que um dia alguém encontra boiando por aí.
Eu até assinalaria esta opção se não fosse por um pequeno detalhe: as janelas não abrem, e se o fizessem, com certeza não seria só meu sombrero que estaria boiando.
1 comentários:
Bruna, ótimo texto!!
Crônica ou artigo?? Huahuahuhauhauhua!
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