segunda-feira, 31 de maio de 2010

A sala pressionada

Persianas azuis, altas, leves. Uma sala retangular que abriga as diversas máquinas humanas que se misturam em um raciocínio envolvido pela ciência. Pôsteres cobrem uma das paredes, e a outra se ocupa de janelas. Propagandas de festivais, cursos, congressos.. quadros beirando a porta. São duas entradas de luz que, mesmo abertas, não alimentam a sala de suficiente energia.

As mentes se entreolham esperando uma nova curiosidade, uma ideia, enquanto que, dentro dos sete pequenos armários, os mais variados assuntos se acumulam, se ordenam e esperam a curiosidade vir abrir a porta. A sala é envolta por uma memória de discussões, agradáveis ou não, que já se contabilizam há anos.

O relógio passa, corre e não se prende a tensão que se acomoda em cada uma das ásperas azuos que contornam harmoniosamente a mesa oval que destoa de sua cor natural pelas várias passadas de produtos de limpeza. As palavras, que entravam na sala cuidadosamente despercebidas, se jogam agora em cima da mesa disputando atenção e carisma umas com as outras. Elas defendem as ideias vindas das mentes confortavelmente sentadas nas cadeiras.

O tempo passa e o sol começa, sorateiramente, a se intrometer, entretanto, seu calor o denuncia e a persiana o castiga com a exclusão mediante algumas pequenas espiadas colaboradas pelo suave assopro do vento.

A cada definição estabelecida, a tensão se afrouxa até a mente, que encabeçada a mesa oval, finalizar o assunto acordado e agraciar as outras mentes com um desejo sincero de boa sorte.

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